Vai abrir uma empresa? Confira dicas para escolher o sócio ideal
Se você vai abrir uma empresa, saiba que ser dono da própria empresa figura como a terceira posição dos sonhos dos brasileiros, segundo o Sebrae.
Você já pensou em abrir uma empresa? Empreender pode parecer simples, mas não é uma tarefa tão fácil. Ser dono do próprio “nariz” figura como a terceira posição dos sonhos dos brasileiros, segundo o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Diante disso, há quem prefira empreender sozinho ou (talvez) comandar uma atividade em sociedade. Será que vale a pena ter um sócio? No Dia da Micro e Pequena Empresa, lembrado nesta quarta-feira (5), especialistas dão dicas primordiais para quem pensa em fazer uma sociedade.
É fundamental contar com um amigo ou parente como sócio? Luiz Nogueira, analista do Sebrae-PE, é enfático ao explicar que um dos maiores erros de um empreendedor é acreditar que um conhecido seja um bom parceiro de negócio. Para ele, o sócio deve ter um perfil complementar ao outro, dividindo as atividades dentro uma empresa. “Muitas vezes, o empreendedor pode conhecer outra pessoa que tenha o mesmo objetivo. Nesse caso, um pode entrar com o capital e outro apenas com o conhecimento, por exemplo. Para chegar até o valor acordado, o parceiro pode colocar o dinheiro durante o andamento da empresa”.
Nem sempre um empreendimento necessita de um sócio. De acordo com o analista, os ramos do comércio e da indústria precisam ter um parceiro de negócio porque são modelos que requerem mais de uma habilidade profissional. Se por um lado a função do sócio contribui para o andamento da empresa, por outro, a sociedade pode dar uma dor de cabeça. Muitos conflitos entre eles podem surgir durante o processo, provocando um desconforto em ambas as partes.
Para driblar a crise interna, Roberta Andrade, gerente do Sebrae-PE, orienta os parceiros a criarem um acordo societário antes de iniciarem uma atividade. “Antes de tudo é importante combinar as regras do jogo. É você colocar no papel o que pode e o que não pode: desde regras simples até quanto a empresa pode arcar com as despesas da retirada [de capital] mensal”, aconselha. Isso garante, segundo Roberta, que não ocorram conflitos de relação. “Se isso não for combinado com antecedência, um dos sócios pode se sentir prejudicado”. Ela ainda sugere que o acordo seja registrado em cartório para garantir maior segurança.
“Muitas vezes, as pessoas acham que esse acordo não é necessário porque a sociedade é realizada entre amigos, irmãos e primos que se conhecem há muito tempo”, relata Roberta, referindo-se aos questionamentos que já ouviu durante a orientação de negócio. Para ela, essa atitude pode acabar gerando vários problemas. “A gente sempre aconselha a fazer, de fato, esse documento. O que não foi combinado pode sair caro. As empresas familiares precisam ser geridas de forma profissional”, estimula.
Caso ocorra rompimento em casos de conflitos, a gerente do Sebrae alega que a divisão dos bens segue a participação no capital social. “Um pode comprar a parte do outro. Se a empresa for repassada para terceiros, cada sócio vai receber o percentual de acordo com o que está previsto”, conclui.
Empreendedorismo no Brasil
Nos quatro primeiros meses de 2016 foram registrados 851.083 novas empresas em todo País, número recorde para o período, de acordo com dados do Serasa Experian. Esse saldo é 3,5% superior ao que foi registrado nos cinco primeiros meses de 2015. Diante da recessão financeira que arrocha o País, os economistas explicam que as perdas formais impulsionaram o surgimento de novos Microempreendedores Individuais (MEIs), que buscam alternativas para suprir a renda domiciliar.